MULHER:
Sou Maria, mais não vou com as outras!
Sou mulher, dona de casa
Cuido das crianças e do marido.
Amor, tenho pelos meus filhos!
Minha vida é tão corrida
Nem sei o que é amor próprio
Eu vivo um mundo de aparências,
Um casamento sem amor!
Sou o Tempo, sou Senhor.
Comando o mundo, a vida, a terra
Sem mim tudo seria um cambalacho!
Sou o Tempo, aquele que conhece e
Entende o verdadeiro Amor.
Sou meretriz, messalina, mulher da vida,
Sou como você me chamar.
Sempre fui julgada e castigada,
Marginalizada pela sociedade.
Ninguém entende meu mundo, minha vida.
Tenho alegria em meu rosto,
Glamour e brilho no corpo
Mas dentro de mim, em meu peito
Vivo triste, amargurada
Cheia de esperanças que dias melhores virão.
Sou a morte, sou Senhora das Trevas!
Não sou sentimento, sou desejo, sou o fim,
A destruição!
Levo a dor e a desgraça sem dó ou piedade.
Dizem que sou fria mais,
Apenas faço meu trabalho.
Sou velha, que da vida não espera nada.
Anciã bondosa, sou beata
Mas outrora pecava muito.
Tive amores e amantes.
Senti ódio, Tive homens aos meus pés.
Hoje estou só,
E o que tenho são lembranças
De um tempo que passou.
Da vida só espero a morte!
Sou Maria, mãe guerreira, mãe de todos!
Sou prostituta infeliz.
Sou velha no fim da vida.
Eu penso que sou tudo, e vejo que sou nada!
Almir Araujo/ Sentimentos lidados com personagens do nosso dia a dia.